C'est La Vie

ready to star – arcade fire ♪♫

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Mais um post pessoal, um desabafo nada coeso.

Vivendo, geralmente nem nos damos conta das coisas, da loucura que acontece ao nosso redor. Nesse mundo-cão, tudo vem num estalo e nesses estalos a vida te dá uma sacudida - sacudida?! Um tabefe na cara! – e te faz botar o pé no chão, justamente quando se está quase.. quase voando.

Hoje eu recebi um desses estalos, veja bem : eu não sou do tipo de admirar muito as pessoas sabe? posso lhe amar, mas lhe admirar… não está tudo num pacote só. Pois bem, admiro as pessoas de opiniões fortes e que defendem elas como filhas, que falam o que pensam e um pouco polêmicas para apimentar a personalidade. É esse tipo de gente é bem mais difícil de encontrar.

Eu admirava o meu primeiro diretor de teatro (que conheci na minha escola de ens. médio) pelos atributos acima, além disso ele era muito louco e eu gosto disso também. Certo, viramos amigos além dos portões da escola, e por quantas vezes fizemos planos de conspiração para roubar os atores da escola para um grupo de teatro só nosso, ou um grupo de teatro que ensaiasse de madrugada, ou loucuras do tipo que nunca sairam da nossa imaginação, mas que alimentava um espírito de revolução contra o diretor/ditador adorado e que mandava e desmandava no nosso grupo que a gente cuidava com tanto carinho e que ele em nada ajudava mas gostava de levar crédito. Essa era o nosso combustível revolucionário.

Eu tenho desprezo pelo pessoal que faz teatro local, não discuto a qualidade…se quisesse até poderia mas o que desprezo são as (mesmas) pessoas que fazem do teatro acreano um circuito de puxação de tapete/saco.

Eu, depois de algumas experiências passei a desgostar do teatro, e sempre que eu o via, ele me dava um alívio, pensava ‘’ há alguém aqui que ainda se importa com o verdadeiro espírito da coisa’’ e assim a gente discordava, discutia, concordava, planejava e seguia a vida, com o teatro no bolso.

O ponto é, que por mais que você ache que realmente conhece alguém, que você ache que ele sabe que pode contar com você… bem, não é assim. Eu sempre o achei louco, louco por faltar a aula para ensaiar, por abrir a porta da sala de vídeo sem chave, louco por fazer tudo ‘’na tora’’ e ser assim, humilde.

Hoje soube que com vinte e três anos, ele pode ficar vinte preso. Fez besteira, pela pena percebe-se não foi coisa boba, foi muita burrada junta. E eu fiquei boba. A gente se pergunta logo, ‘’PORQUÊ ?’’. Pensa, pensa, não encaixa. Fica pensando ‘’foi engano?’’,’’será que ele precisava?’’. Onde eu estive esse tempo?! É óbvio que você sabe que esteve aqui e todo aquele papo de amigo sincero mas então… porquê?

É engraçado, poderia ser tanta gente… gente que se encaixa mais no perfil bad guy.

Eu não creio que deixei de admirá-lo, mas entender, só explicando-me. Todo mundo faz burrada na vida e essa o meu amigo aí vai passar uma vida – quase o tempo da existência dele – pensando nisso.

E a gente só queria dominar o mundo do teatro…

 

                                                                                    amargamente, nanapocket.

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