o filho de alguém,

Cover Ears – The Rosebuds
Sentada na praça. ela viu um guri tranquilo passando perto. Tão perto e ela nem sabia o seu nome, e isso era mútuo. Ele passou rapidamente; era alto, 299039_248323261866764_184208478278243_784753_807455_nmagro, moreno e tinha um nariz protuberante e os cabelos da mãe. Estava sozinho e sorria com ar de inocência.
Ela o observou, parou e de repente se sentiu velha. Ninguém sabia, mas ela viu passo-a-passo aquele menino crescer. E mesmo assim não era tão importante.
Ela já alçava voos maiores e ele nem tinha saído do terceiro ano.
No sorriso do garoto, procurou sua própria inocência feliz. Se sentiu cansada…
Lembrava que na idade daquele garoto, não tinha foco, e não que  já tivesse um, mas o fato de naquele tempo não ter alguns sonhos, lhe ajudava a não ter tantas frustrações.
Naquele tempo acreditava em “viver de Amor”, e de tanto acreditar, ela viveu assim.
Sentiu saudades desse tempo. Agora se questionava se perdia (ou se perdeu) muito deixando aquela garota de lado. Depois de se revirar no banco da praça, o mesmo em que escreveu essas linhas, ela pensou que tinha  era muita sorte de um dia ter sido essa garota.
E assim como o garoto que ela viu crescer, que não sabia o nome e que não importava…Ela tentou arrancar de si um sorriso, que veio mais como alívio do que felicidade.

                                                                                                                    Nana

Um comentário:

Lucas Araújo disse...

Sorrisos, alívios, verdades,
Com o tempo, em nós mesmos,
Maturidade.