Um tempo para deus

425347_123456654445705_118281198296584_45263_712848299_nEspiritualidade. O que é isso?

Eu deveria saber. Nasci numa família enraizada no candomblé, sendo minha vó um exemplo de fé nos orixás. Na teoria parece funcionar, mas na prática nunca tive muita fé no deus comum – e tudo que vinha fora do candomblé – e o fato de não ter muita com o tempo se revelou em nenhuma.

Minha concepção de deus durante tempos, ficou deturpada. Queria ser normal, rezar antes de dormir e dizer “graças a Deus!” acreditando que era por vontade dele que tudo acontecia. Mas não, nunca foi assim e depois, acabei me aceitando como uma pessoa sem fé no deus bíblico. Logo após, me afastei de minha vó, fazendo grande parte de meu contato com a religião adormecer.

Convivi muito bem com esse meu lado ateia de ser, até perceber que não sou ateia.

- Que diabos eu sou então? no que eu acredito?

Não sei se existe um rótulo para mim, nem faço necessário. Acredito em um deus que me conhece, que não me castiga cada passo que dou. Ele comanda o universo independente dos desafetos de nós, terráqueos, sem vinganças tolas. Troque deus por natureza, fica tudo certo.

O interessante é que recentemente, surgiu uma nova necessidade: procurar minha espiritualidade.

(procurei o sentido de espiritualidade e veio um significado que não gostei, então coloco no meu sentido: paz interior)

Procurar no que acreditar? inventar isso? sim e não. Quero uma conexão, não necessariamente com um deus, (quase certeza) não com uma religião, mas talvez um caminho para autoconhecimento.

Não me julgo perdida. Não sou o tipo que clama aos céus quando em desespero. Nem quero um manual de instruções me ensinando a viver. Procuro um conforto em algo talvez maior que eu.

Pessoas de fé são admiráveis. Antes eu queria ser assim, acreditar no que não vejo, não sinto e não ouço. Mas às vezes é difícil acreditar em mim, dirá em algo abstrato… não é fácil e me conformei com esse meu jeito “duvidoso” ao extremo.

Acho muito natural esse processo: não quer dizer que vou sair por aí aceitando convites malucos para seitas ou igrejas (não mesmo), nem irei correr na livraria mais próxima para comprar o “5 maneiras de chegar ao Nirvana”, só significa que agora tenho em mim um espaço bom, com luz natural, confortável e arejado na minha mente, tudo isso para guardar e analisar outras concepções de deus (coisas minhas e de todos), estou me dando a oportunidade de conhecer minha fé.

Um comentário:

Anaís disse...

Acredito que você esteja no caminho certo! hoje eu estava lendo que: "Uma pessoa não pode sentir uma alegria genuína Sem nunca ter travado uma luta espiritual."

E pra aproveitar o momento, estás convidada à conhecer o Budismo quando se sentir a vontade :)