Toda vez que o vejo, parecem que ficam soltas palavras, conversas e atitudes nunca configuradas para dar certo. Sabe uma dupla que não funciona?
É assim. Cada encontro continua uma soma quase que infinita de coisas não ditas, de tapas não dados e de beijos não roubados.
Nunca entendi isso e mesmo assim há ou havia uma necessidade de estar junto, estar perto, de ficar ali parado na calmaria, só contemplando mais um fracasso silencioso de uma tentativa não feita… opa! tivemos uma tentativa feita, dois beijos. Em 11 anos, houve um beijinho e um beijão. Isso com vários hiatos bem bacanas, com grandes discussões e declarações intensas de companheirismo eterno.
(não quero parecer amarga)
Até que pela milésima vez eu desisti. Pelo tempo que o amei tinha esse direito. Direito de me deixar ir e seguir, porque covardia cansa e amor covarde é doença. Um sempre espera pelo outro e ninguém tem o prazer de navegar, só tem o cansaço da remação toda.
Nessa desistência veio uma espécie de aceitação: não somos para dar certo, e disso parti para outro tipo de responsabilidade, a de cuidar, quase como uma missão, “nada vai te acontecer, sou teu anjo-da-guarda” mas eu não sou e se antes segurava toda a situação com um amor imenso seja por desejo ou amizade, agora não seguro nada, só me seguro para não lamentar a chegada desse fracasso.
É pesado, mas ao mesmo tempo é bom. Eu fiz muito para nada disso acontecer, tanto que não me sinto culpada, já que agora que deixei de me importar, percebi que era isso que me impedia de ver que só eu que o fazia.
- Querido, não deixei de ser a sua Amanda, só deixei de ser a sua amiga. Não quero mais essa mão única, até porque se ela continuar assim, ela vai fazer de tudo menos ser boa com você.
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