Tem dias que eu lembro que não é possível esquecer alguém de uma vez. São aqueles dias que cada partícula de poeira da minha estante grita seu nome e as perguntas caem ao chão como blocos mais que sólidos de concreto.
Nesses dias eu afasto tudo e tento não multiplicar as dúvidas e principalmente buscar resposta para as perguntas que eu não tenho mesmo como responder, e muito além, que você não fez questão de me ajudar. Sinto saudade do seu antigo você, que se comunicava. Isso claro, antes de eu acabar com tudo. Não há exatamente um sentimento de culpa meu, como a maioria (e me incluo nessa) das pessoas fazem com términos.
“O que eu fiz?” – eu me perguntaria, há algum tempo.
Mas não, não havia nada que eu fizesse, e se teve alguma coisa boa nisso tudo, é que eu não me culpo por seus erros estranhos. Existem pessoas que tem medo da felicidade, e isso parece bem bisonho, até você mesmo sentir uma coisa dessas. Mas digamos assim, se algumas pessoas se atrapalham com a felicidade que tem em mãos, você foi um pouco mais além e jogou fora qualquer possibilidade.
Nesses dias que lembro de ti, lembro do tempo gasto, lembro das perguntas, das sensações boas, do seu sorriso, mas também da dor, dos silêncios desconfortáveis e das inúmeras tentativas minhas de te entender. Lembro dos dois lados, e lembro do terceiro. Do lado que me faz feliz, e logo você some, como uma fumaça desnecessária em setembro, como um príncipe da névoa.
As limitações do amor nos fazem crescer, isso deve estar em qualquer livro de auto-ajuda escrito de outra forma. Se elas nos fazem crescer, nos lembram mais uma vez – quando o amor acaba – que nunca e jamais o amor por si só sustentará qualquer coisa, essa é uma daquelas coisas que não são verdes, são vermelhas mesmo, de perigosas e insuficientes.
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