De tanto gostar.

Green Eyes – Coldplay

301166_276159389083151_184208478278243_878903_1807362459_nEla gostou tanto de alguém que certo pediu as contas de si e disse: – Escolho à nós!

Demorou anos pra notar o feito e já tinha cometido o seu Primeiro Erro: gostar demais.

E era tanto, que depois de se quebrar – ou de ser quebrada – ela preferia nem ter alguém. Tinha amores de uma noite, conversas mais ou menos vazias sobre tudo e qualquer coisa que não rondasse a verdade de seus sentimentos secretos. E assim foi, por um certo tempo. Sabia de sua verdade: não era dessas e não aguentaria por muito tempo ficar assim, jogando o jogo mais fácil. Gostava do desafio do Amor, embora fosse cedo demais para pensar nisso de novo.

Era boba que só ela, se encantava tão fácil por pessoas, que sentia vergonha por isso, na realidade pouco admitia, mas gostava do Primeiro Erro. Sempre caia de joelhos por paixonites agudas, coisas que se perdiam com o tempo…Mas isso foi antes Dele, o que causou O Erro.Depois Dele, tinha medo de gostar.

Só que o destino era bondoso, sempre tinha uma boa surpresa, e Alguém surgiu para deixa-la confusa: Colocava empecilhos, estudava horários impossíveis, signos incompatíveis e diferenças religiosas. Todas maneiras de convencer a si que não daria certo, tentando destruir uma possível possibilidade. Tolamente, porque até ela sabia que já estava gostando.

Em pouco tempo, ela já sentia falta dos abraços, de dividir o mesmo espaço, imaginava a voz, sonhava com Alguém, criava em seus pensamentos encontros com trilha sonora… e ficava triste por isso, porque sabia que se o medo pesasse, simplesmente desapareceria sem maiores explicações, já tinha feito isso. Segundo erro: ter medo demais.

Ela gostava de Alguém, só que isso era suficiente?!

A experiência lhe dizia que não, dizia também que Ela já devia saber que depois de um tempo, o gostar pode ficar secundário. Mas Ela sempre foi tinhosa e pensava que a experiência era uma jovem idosa muito acomodada com suas certezas. Estava então aceitando o desafio novamente? ainda não sabia, por que também não se importava tanto em ter certeza, derrepente as certezas eram tão falhas…e coisas fluidas tão seguras…Estava somente percorrendo o rio calmamente… mas que mentira! Ela não era calma, não sabia esperar, mas inventou uma paciência de budista para descobrir o que Alguém pensava que podia com ela, se é que alguém podia com Ela !

 

                                                                                                       Nana

Um comentário:

Lucas Araújo disse...

Gosto dessa postagem, diz muito sobre as repetições da vida, do célere e perene entendimento que muitos tem daqueles que entram em sua vida.

Faz lembrar que temos anseios, mistérios, erros, diferentes sentimentos e indagações da essência.

E diz muito também sobre bons sentimentos silenciados que não cabe aqui, nem o meu "intenso" de outrora desconstruir.

Beijones peçoa.