finito,

Dessa Vez – Nando Reis

269998_224993220866435_184208478278243_700998_1622644_n“Por pensar demais eu preferi não pensar demais dessa vez

 

E estavam juntos novamente, dividindo o mesmo espaço, respirando do mesmo ar, e mesmo assim nunca estiveram tão distantes. Os tempos eram outros.

Ela ainda conseguia ver porque tinha se apaixonado por ele, era palpável. Ele direcionava palavras com olhares pra ela, e ela sabia o porque: só ela entendia dos cantos da casa, das manias e trejeitos (ou loucuras) dele. O engraçado, é que não havia ali o amor que os uniu. E sim uma cumplicidade, um resto de intimidade, um carinho confortável e cabível depois de tudo que tinha acontecido. Dessa vez ela não se ofendeu pela falta de sentimentos, ela entendia, porque desejou essa falta. Se não fosse tão invasivo ela agradeceria até.

Agora havia a segurança de não haver amor, mas (in)felizmente já se tinha estabelecido, o que a sociedade moderna chama de laço, e que somente o tempo poderia intervir nessa criação, se necessário fosse.

Estavam fortes, podiam tentar ser amigos, eram amigos, voltaram ao status inicial. Estava tudo bem. Ele tinha voltado ao que era antes dela, com traços de coisas que ela ajudado a construir. E ela estava tão feliz, feliz de ver e de “admirar a vida que soubemos fazer, é bom olhar pra frente”, e agora ela só teve a certeza que do que já passou. Trocando em parábolas, tinha alçado o voo que a vida tanto conspirou pra acontecer, estava livre e só teve a certeza disso.

 

                                                                                                         Nana

Um comentário:

Lucas Araújo disse...

Uia, não tinha lido essa.
Só sei que com o tempo, sozinho, cada um passa a andar com um sorriso naturalmente feliz. Sem motivos. É só querer.

Outro dia, eu tava achando que adoeci, pq tava sorrindo feito um demente pra tudo. Sem peçoas, razões aparentes ou sortes. De ser algum aprendizado subconsciente. hahaha