Devaneios de uma hora.

- Me empresta as tuas pernas?

E deitou nelas, e chorou o meu amigo no meu colo.

Não sei quem disse que homem não chora, mas (in)felizmente estava errado. Fui um ombro amigo, e não esperava ser. Tentei de todas as formas consolá-lo, mas nessas horas, amigo, não há ópio que disfarce a dor do fim.

428628_120346854756685_44266216_nE olha que foi um fim tranquilo. Houve um acordo entre ambos. Já aconteceu comigo e acho bem menos trabalhoso que desgastar até uma das partes, sozinha, não aguentar mais.

Mas não há o que fazer, a dor persiste.

-

Antes me diziam que eu era enigmática. Ainda bem que essa fase passou.

Hoje eu acho certas pessoas enigmáticas, mas no sentido ruim da coisa, daquelas que não sabemos o que esperar. Então, ando nessa de não saber como lidar com alguém que pra mim não tem nenhum problema aparente, mas que para todos não é nada leal. É esperar que tudo se revela.

-

E ninguém entende mesmo, aquelas coisas que você fala e te pedem juízo. Juízo a gente até tem, mas quer perder. Acho que às vezes o mundo tem juízo demais e coragem de menos. Eu tenho pouca coragem e sei disso, mas eu sou sempre assim, pé no chão e a atitude vai depender de quanto eu estiver disposta a fechar os olhos na hora da queda. Porque no fim a gente sempre cai mesmo.

(foi o que eu disse pro meu amigo de cima. No final a gente sempre sabe que vai se quebrar todinho – no contexto dele: no amor – , a questão é decidir se vale o ruim pelo lado bom. E quase sempre vale, vale tudo).

Pareci a última romântica agora.

Imagem:

Tra l'ombra e l'anima

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