Os quatro quadros estão no canto do quarto. Parece poético mas é a realidade. A cortina bege com folhas brancas passa a maior parte do tempo bloqueando o sol, que insiste em raiar toda manhã pra acordar os mais atentos.
Na parede existe uma tentativa de ser criativa, a palavra é armistício e está em verde, letras garrafais para quem puder ver além, está dito: procura-se paz.
Algumas fotos, jornais, quatro pares de sapato pelo chão reluzente que parece pequeno diante de tantos objetos largados aleatoriamente durante a semana. Semana essa que parece não ter fim, embora os fins de semana sejam os mais curtos desde sempre.
As portas do armário estão sempre abertas, exalando aquele cheiro de capim verde que transporta pra algo próximo da natureza. A janela quando aberta, desenha tijolinhos do céu, através das grades laranjas. Poucos metros a frente o muro do vizinho é um lembrete, estamos na cidade.
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